Precisamos colorir o 1 de maio com a cor lilás!

Com a proximidade do 1 de maio, Dia Internacional  d@s Trabalhar@s, comecei a me questionar sobre as mudanças na participação das mulheres no mercado de trabalho. Será que os salários são iguais? Será as oportunidades de acesso e permanência são as mesmas para homens e mulheres? Quem está mais desempregado, homens ou mulheres? Qual o papel do movimento feminista?

Encontrei um documento, de março deste ano, do Sistema de Pesquisa de Emprego e Desemprego*, do DIEESE, que trata da inserção das mulheres nos mercados de trabalho metropolitano e das desigualdades nos rendimentos.

Confesso que esperava encontrar outros números.

Apesar da ampliação da inserção de homens e mulheres no mercado de trabalho, hoje, por exemplo, são 216 mil mulheres ‘Marcha_8_marco2ocupadas’, e de termos reduzido o número de desempregados, a desigualdade história, e não natural, das oportunidades de inserção entre homens e mulheres, ainda é gritante.

Ainda são as mulheres que compõem o maior número de desempregados no Brasil. São elas que estão em menor proporção entre os ‘ocupados’.  Outro fator importante é quando observamos a diferença de rendimentos entre homens e mulheres. A indústria é o setor que mais tem disparidade entre os rendimentos. Em São Paulo, cidade que apresentou a maior desigualdade, o rendimento feminino alcançou somente 77% do masculino.

Sabemos que a opressão das mulheres é anterior ao capitalismo, mas a forma pela qual ele apropriou-se, inclusive colocando-a como peça fundamental de sua dominação, através, principalmente, do modelo de família patriarcal que reproduz valores conservadores da ideologia burguesa e determina a forma da divisão sexual do trabalho, não deixa dúvidas de que, apesar dos avanços na inserção feminina no mercado de trabalho, é essencial para ele manter a opressão e a subordinação da mulher.

É preciso transformar essa realidade. Aliar a organização própria das mulheres a um processo de luta mais amplo, por outro modelo de sociedade. Precisamos colorir o 1 de maio com nossas bandeiras que historicamente foram secundarizadas, ou até mesmo esquecidas. Para isso, precisamos que as mulheres trabalhadoras, mães, donas de casa, que tem várias jornadas de trabalho, tomem às ruas e ocupem os espaços que sempre lhes foi negado pelo patriarcado!

 

*Laryssa Sampaio Praciano, militante da Marcha Mundial de Mulheres no Ceará

 

Fonte: http://www.dieese.org.br/analiseped/2013/2013pedmulhermet.pdf

 

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