Eu, mulher política

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*Por Karen Luz 

A construção da trajetória do que significa ser mulher esta atrelada a diversos fatores sociais, econômicos, culturais, entre outros, que interferem de forma significativa na emancipação e reconhecimento das subjetividades dessas mulheres, sendo que, os espaços são pensados para homens, de preferência brancos, héteros, que seguem o padrão de heteronormatividade, ricos e velhos. Desafiar essa lógica seria compreender que para que cada mulher se torne sujeita de direito é necessária a luta por esses direitos, o que implica a disputa política por espaços. É a partir dessa problemática que no decorrer do texto pontuarei alguns dos desafios enfrentados pelas mulheres na política.

Uns desses primeiros desafios estão vinculados ao direito de fala dentro das próprias casas, as quais se crescem vendo a mãe e irmãs sendo silenciadas, gerando uma timidez dos corpos, dos sentidos e das falas. O que pode ser compreendido por alguns como se essas mulheres não quisessem se expressar acerca das angustias enfrentadas em suas vivencias diárias subjetivas e coletivas, contudo, dentro desse cenário fazer esse enfrentamento pode ser doloroso e violento.

Dessa forma, a vida das mulheres é atravessada por impasses do que seria ser mulher e estar na esfera pública, como a política, onde disputar não só as falas mas também os cargos de poder de decisão enfrentando as diversas maneiras como o modelo do capital cunhado em várias formas de opressão como gênero/classe/raça. É mediante esses fatores que as mulheres negras procuram a emancipação como meio de participar das decisões que impactam diretamente suas vidas, deparando-se com espaços os quais existem diversas disputas com outras mulheres. Assim, surge um questionamento acerca do que fazer para não entrar em disputas com companheiras de luta.

Não direi que as mulheres como um todo vão apenas ser amigas, independente das violências que sejam produzidas nas relações e que estará tudo bem quanto a isso, porém, na política é importante delegar quais são as decisões mais urgentes dentro de um grupo social e dar prioridade, tendo em vista que as pautas das mulheres devem ser seguidas de acordo com o que as companheiras decidiram democraticamente seguir, no caso de mulheres brancas desde que ela compreenda o privilégio da sua pele, as mulheres da classe média seu privilégio de classe, e as demais mulheres estarem atentas para não reproduzir uma estrutura violenta com “as manas” ou companheiras de lutas, porque não tem como ter empatia com alguém que te desrespeita.

*Karen Luz é militante da Marcha Mundial das Mulheres em Araguaína, Tocantins.

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