Assim como nosso corpo é nosso território, o local onde vivemos também nos pertence porque é onde produzimos e nos desenvolvemos. Com o tema “Corpos e territórios: resistências e alternativas das mulheres”, que trabalharemos durante esta 4ª ação internacional da MMM, nosso ato do 8 de março, que é para nós um dia de visibilizar as bandeiras de nossas lutas de todos os dias: contra a violência sexista, contra a exploração da classe trabalhadora, por direitos a terra, saúde, educação, segurança, igualdade e autonomia de nossas vidas, aconteceu no sábado 7, percorrendo o centro da cidade de Mossoró, RN.
Mais de 400 mulheres do campo e da cidade, levantamos denúncias dos projetos das grandes obras como o Perímetro Irrigado do DNOCS nas terras da Chapada do Apodi, como também a especulação imobiliária urbana e projetos de parque eólico em Tibau e em toda costa branca, pois estes tiram do campo quem produz alimentos sem agrotóxicos, ameaçam a pesca artesanal e prejudicam o desenvolvimento social do território. Esses projetos expropriam as mulheres dos seus locais de vivência e roubam seu cotidiano. Lutar contra esse tipo de desenvolvimento neoliberal é devolver às mulheres seu espaço.
Refletimos também que nas cidades, as mulheres jovens e adultas se deparam com a especulação imobiliária que retira as populações do meio popular, de sua construção histórica cultural, e concentra em ambientes de serviços urbanos precarizados. A reocupação do espaço público e a construção de alternativas na vida urbana mercantilizada pelo capitalismo neoliberal é uma luta que tem pautado o movimento feminista, pra isso é importante reafirmar nosso corpo, nosso território.
Ao mesmo tempo, por sermos contra este modelo de exploração da vida, nós da Marcha Mundial das Mulheres:
Seguiremos em marcha com a luta pela reforma do sistema político para que seja popular, anti racista, anti machista e anti lgbtfóbica;
Por uma política econômica que assegure os direitos da classe trabalhadora: nenhum direito a menos;
Contra a concentração de terras e de bens naturais e para que não sejamos reféns do mercado financeiro e de empresas transnacionais;
Pela agroecologia, economia solidária e soberania alimentar;
Em marcha também contra a violência sexista e dos conflitos armados, contra a exploração, apropriação e mercantilização dos corpos e trabalhos das mulheres
ATÉ QUE TODAS SEJAMOS LIVRES!
*Camila Paula é militante da Marcha Mundial das Mulheres de Mossoró-RN
Veja o nosso Informativo para o 8 de março:
https://centrofeminista.files.wordpress.com/2015/03/boletim-8-de-marc3a7o-ok.pdf
Deixe uma Resposta